segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Nova York vai avaliar seus professores

Há alunos bons e ruins. Alunos que precisam de atenção especial e outros que se destacam. A afirmação é tão óbvia quanto pensar que o mesmo princípio vale para os professores. Há profissionais capacitados e outros nem tanto... No caso do Brasil, parte da falácia em que vive nossa educação é responsabilidade de professores mal-qualificados. Descontadas as proporções, a regra é a mesma em todo o o lugar. Para tratar da questão, o governo da cidade de Nova York está adotando uma medida que parece também ser óbvia, mas já causa polêmica - a avaliação dos professores da sua rede pública.

O experimento ainda não foi anunciado oficialmente, mas consta na edição de hoje do The New York Times. Por enquanto, a avaliação se dará em 140 colégios, cujos nomes não serão revelados. O poder público irá monitorar e avaliar os professores a partir de vários quesitos, sendo o principal a performance dos alunos ensinados por eles.

Ainda não se sabe como o governo de Nova York irá proceder quando tiver um diagnóstico dos docentes em mãos. Mas a secretária de Educação da cidade insinua que mais polêmica deverá vir por aí: "Se nós apenas disponibilizarmos estes dados a cada um dos moradores da cidade - professores, pais e diretores, e dizer a eles que façam o que quiserem com as informações, isso já será um passo e tanto", afirmou Chris Cerf, que pretende que a ação seja uma quebra de cultura no sistema de educação da cidade.

A divulgação dos dados é um tanto exagerada, creio eu. Mesmo assim, o Brasil deveria observar e adotar políticas de avaliação de seus professores. É notório que muitos de nossos professores não têm formação adequada, não se reciclam, simplesmente acomodam-se, sem contar que nos milhares de municípios país afora, vale mais ser parente do prefeito que ser bem formado na hora de ocupar a vaga de docente em uma das escolas.

Em abril do ano passado, o Ministério da Educação incluiu a avaliação dos professores no Plano de Desenvolvimento da Educação, voltado aos 200 municípios com pior performance na área. Mas se a questão preocupa até a desenvolvida Nova York, isso mostra que o MEC deveria estudar e propor uma avaliação de abrangência nacional. Com os dados em mãos, o ministério saberia onde está e como atacar o problema. Resta saber se há coragem por parte do governo, que vai pensar duas vezes antes da gritaria dos professores.

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