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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Para fugir, simulou a morte e tentou suicídio, mas foi pego pela polícia

para a Folha de S. Paulo, 15.jan.09

No último domingo, uma torre de controle do Estado do Alabama recebeu um cha­mado de socorro. Uma ven­tania teria pego de surpresa o avião pilotado pelo consul­tor financeiro Marcus Schrenker, acusado de frau­des milionárias nos Estados Unidos. Minutos depois, um jato militar localizou a aero­nave, que estranhamente voava sozinha, com a porta aberta. O piloto sumira.

Em seguida, o aparelho se espatifou no chão da Flórida. O paradeiro do condutor tor­nou-se um mistério, até Schrenker ser encontrado na noite de terça-feira, de pulsos cortados, numa apa­rente tentativa de suicídio.

Schrenker teve frustrada suas duas tentativas de sair de cena. Na primeira, atola­do em problemas, o consul­tor teria feito um plano au­dacioso: simular a própria morte, deixando o avião no piloto automático enquanto saltava de paraquedas. Schrenker esperava que o avião caísse no mar do Golfo do México, onde ninguém reclamaria seu corpo. Mas o aparelho se espatifou antes, por falta de combustível.

Em terra firme, no Alaba­ma, Schrenker teria fugido com uma moto, estrategica­mente escondida no local em que previu que aterrissaria após seu salto. Seguiu para um hotel, onde ficou prova­velmente sabendo do fracas­so do primeiro plano. Ten­tou, então, se suicidar, ao que tudo indica. Mas foi achado semiconsciente, com o pulso cortado sangrando. Segundo os paramédicos, Schrenker balbuciava a pala­vra "morte". Mas ele conti­nua vivo, e deve seguir para acadeia, avisou a polícia.

Negociata - Schrenker, 38, ex-piloto,era conhecido pela lábia. Fa­lante, gostava de ternos bem cortados. Profissional do ra­mo de seguros, o consultor do Estado de Indiana cole­ciona fraudes e processos ju­diciais. Na última sexta-fei­ra, um juiz de Maryland de­terminou que sua compa­nhia, a Heritage Wealth Ma­nagement, pagasse US$ 533mil num processo perdido. Um ex-colega o acusa de rou­bar US$ 2 milhões.

Mas a crise fez Schrenker se ver encurralado nos pró­prios negócios, com clientes furiosos reclamando os in­vestimentos. Sua última víti­ma teria sido o padrasto. Schrenker tentou, então, a última cartada. Mas tudo pa­recia conspirar contra ele, inclusive a sorte e a esposa: Michelle Schrenker entrou com um pedido de divórcio, no dia 30 de dezembro.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

crise faz bilionário alemão se matar

Às 18h30 da noite de segunda-feira, funcionários da estrada de ferro que corta o vilarejo de Blaubeuren, na região de Baden-Württemberg, no sul da Alemanha, encontraram um corpo estendido nos trilhos. O suicida, Adolf Merckle, 74, era o quinto homem mais rico da Alemanha e o dono da 94ª maior fortuna do mundo, segundo a revista Forbes. Isso até chegar a crise e Merckle perder € 1 bilhão na especulação de ações da Volkswagen e arruinar as finanças de suas empresas.

Merckle era rico desde o berço. Advogado, nunca exerceu a profissão. Entre suas paixões estava o esqui e o mercado financeiro. Gostava de investir. Mas, no último outubro, foi vítima de sua própria especulação, surpreendido com a brusca desvalorização das ações da Volkswagen. Segundo a imprensa alemã, Merckle perdeu cerca de € 1 bilhão em investimentos com ações da montadora.

O baque foi sentido também nas suas empresas, prejudicando a saúde financeira da HeidelbergCement, a quarta maior produtora de cimento na Alemanha. Merckle se viu na iminência de vender sua parte na empresa, bem como na farmacêutica Ratiopharm, também fundada por sua família. Ele era ainda proprietário da Phoenix Pharmahandel e da montadora de máquinas Kässbohrer. O conglomerado familiar fatura anualmente € 30 bilhões e emprega 100 mil pessoas, mas se especula que as dívidas seriam de € 16 bilhões.

"A situação desperadora das suas companhias, causada pela crise financeira, as incertezas das últimas semanas e sua impotência para agir quebraram o apaixonado empreender e tiraram a sua vida", disse a família, num comunicado.

Merckle não é a primeira vítima fatal da crise financeira. Há poucos dias, o francês Thierry de la Villehuchet se esfaqueou no seu escritório em Nova York, depois de receber um calote de US$ 1,4 bilhão do investidor fraudulento Bernard Madoff. As mortes lembram os lendários suicídios cometidos no lastro do Crash de 1929, quando vários investidores teriam se atirado pelas janelas de edifícios de Nova York e de Londres.

Casado e pai de quatro filhos, Merckle deixou uma carta, pedindo desculpas pelo suicídio. Advogado de formação, luterano, considerado discreto e um investidor prudente, o empresário viu sua tragédia financeira circular pela imprensa alemã. Merckle poderia ser um dos destinatários do pacote de socorro ao empresariado, do governo regional de Baden-Württemberg. Dias atrás, a manchete do jornal local "Suedkurier" referia-se a Merckle como "o bilionário de bolsos vazios".

Na segunda-feira, ao meio dia, o dono da fortuna de US$ 9,2 bilhões, saiu de casa. Preferiu não voltar.
 
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