terça-feira, 31 de março de 2009

Morre Raúl Alfonsín, na Argentina

O ex-presidente da Argentina, Raúl Alfonsín, 82 anos, acaba de falecer no seu apartamento na Recoleta, em Buenos Aires. O homem que liderou a abertura democrática no país vizinho após uma feroz ditadura morreu de câncer, no dia em que aqui no Brasil temos os 45 anos do golpe militar.

Alfonsín era ultimamente a maior referência ética da política da Argentina, em tempos que o país carece de lideranças e padece, uma vez uma vez, do populismo.

Assim que assumiu o governo, em 1983, após a derrocada dos militares com a malograda Guerra das Malvinas, Alfonsín deixou o caminho aberto para o julgamento dos militares. Criou uma comissão, a Conadep, que documentou as violações aos direitos humanos, ocorridas durante a Guerra Suja na Argentina, quando desapareceram cerca de 30 mil pessoas, dando origem ao livro Nunca Más.

Alfonsín foi uma espécie de "Sarney" da Argentina, com a diferença de que por lá ele morreu reconhecido pelo comportamento ético e de estadista. O ex-presidente governo sob sérias turbulências políticas e até tentativas de golpes por regimentos militares isolados.

Junto com Sarney, deu o passo inicial para a criação do Mercosul, e da integração sulamericana. Seu governo foi também marcado pela instabilidade econômica e o lançamento de planos e de uma moeda, o Austral. Nos seus anos finais na Casa Rosada, teve de sair antes do tempo, a fim de evitar uma grave crise política no país. Foi sucedido por Carlos Meném, com quem fez um trato de governabilidade conhecido como Pacto de Olivos.

Opositor dos peronistas, Alfonsín voltou a ser a grande voz da UCR (União Cívica Radical) nos últimos anos, após a decorrada do governo de seu partidário, Fernando de La Rua, em 2001, no ápice da crise argentina.

Veja texto do diário La Nación e também o perfil de Alfonsín na Wikipedia (en español, já que o perfil em português está pobre).

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